Explorando a Riqueza Natural e Cultural de Campo Formoso, Bahia: Grutas e Esmeraldas
A cidade de Campo Formoso, na Bahia, é conhecida por suas grutas e pelo comércio de esmeraldas.
Campo Formoso localiza-se na Chapada Diamantina e possui em seu território muitas cavernas com diversos tipos de formação interior.
Além da maior gruta, em extensão, do Hemisfério Sul: a Toca da Boa Vista, a maior caverna conhecida do Brasil e do Hemisfério Sul, com mais de 120 km de galerias mapeadas até 2007, é um dos mais importantes sítios espeleológicos e paleontológicos brasileiros.

O município de Campo Formoso, que está a 414 quilômetros de Salvador, é conhecido pela produção de esmeraldas e sedia a Feira de Pedras Preciosas, Esmeraldas e Artesanato.
Conjuntamente com as cavernas vizinhas Toca da Barriguda, Toca do Calor de Cima, Toca do Pitu e Toca do Morrinho, constituem um conjunto de relevância geológica mundial.
Vídeos sobre “Campo Formoso na Bahia”

Grutas de Campo Formoso05:08

Campo Formoso e suas grutas06:46

Caçadores de Esmeraldas12:15

História de Campo Formoso06:44

Curiosidades sobre as esmeraldas de Campo Formoso06:45
Grutas do Município de Campo Formoso
1. Toca da Boa Vista
A maior caverna do Hemisfério Sul, com 102,5 km mapeados e topografados pelo Grupo Bambuí de pesquisas espeleológicas, ocupa a 11ª posição entre as maiores cavernas do planeta. Possui uma morfologia atípica e riquíssima do ponto de vista científico.

Numerosos fósseis encontrados ali permitiram expandir o conhecimento sobre a paleontologia de vertebrados pleistocênicos. Além disso, estão sendo realizados estudos importantes nos ramos da paleotoclimatologia e geologia cárstica.
A gruta também possui espeleotemas de mineralogia exótica e rara morfologia. É um grande labirinto seco, formando estreitos condutos até grandes salões.
O maior deles é o salão denominado Salão Telécio, nome dado em homenagem a José Telesphoro, grande líder de Campo Formoso e pioneiro a adentrar e vislumbrar o grande potencial da Gruta da Boa Vista.
Os mais belos salões são: o Conduto dos Discos Voadores, o Além Mundo, o Novo Mundo, o Terceiro Mundo e o trecho final, batizado de Fim de Mundo.
O estado de preservação dessa gruta é muito bom, pois sua visitação até o momento é restrita a espeleólogos e outros cientistas experientes com o ecossistema das cavernas.

2. Toca da Barriguda
A Toca da Barriguda é a 2ª maior caverna do Brasil. Esta gruta espetacular é, em muitos aspectos, mais cênica do que a Toca da Boa Vista, sua vizinha maior.

Seus maravilhosos salões são um encantamento para os olhos de todos que a adentram.
É formada por grandes salões ornados com estalactites e estalagmites, escorrimentos e o Conduto da Caatinga, que possui 16.400 m², sendo sem dúvida o mais belo salão da região, tanto pela “floresta” de estalagmites no piso quanto pelo curioso teto repleto de cupuias.
A Toca da Barriguda também possui grande importância científica, com ossadas fósseis e evidências paleoambientais abundantes nessa caverna, fazendo dela um importante museu natural.
Seu percurso é de 30 quilômetros mapeados e topografados pelo Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas.
3. Pontes do Sumidouro em Campo Formoso
O conjunto é formado por três pontes calcárias que cortam o Rio Pacuí, constituindo vestígios de uma grande caverna por onde esse rio corria subterraneamente. Os intervalos entre essas pontes são grandes abatimentos do teto da antiga caverna.

A primeira ponte, com extensão de 85 m, é caracterizada por um grande volume de blocos abatidos e espeleotemas escassos, exibindo formas de cascata nas paredes laterais e travertinos no curso do rio. É interessante ressaltar que sobre essa ponte natural existe uma estrada de rodagem.
A ponte II, com 305 m, já apresenta uma densidade maior de espeleotemas, tanto no teto quanto nas paredes laterais (estalactites, cascatas, cortinas e outros). O chão é plano e constituído de argila úmida, depositada nos períodos de cheias do rio Pacuí.
Caminhando-se pelas margens do rio, num percurso de 95 km, atinge-se a ponte III. Essa é a maior e a mais bela ponte, com 310 m de desenvolvimento, apresentando uma grande quantidade de depósitos carbonáticos, tais como inúmeros travertinos, colunas, pérolas e outros.
O chão é semelhante ao da ponte II, composto de argila de planície de inundação do Rio Pacuí, que corre entre as pedras azuladas e areia grossa brilhando ao sol claro da caatinga.
4. Gruta do Convento
A Gruta do Convento, situada próxima ao povoado de Abreus, é muito ampla e destaca-se tanto por sua beleza subterrânea, emoldurada por clarabóias, quanto pelo seu valor religioso, atraindo romeiros devotos de Nossa Senhora Aparecida, que é lá venerada há várias décadas.

É conhecida desde o século VIII, quando foram descobertas e exploradas as minas de salitre na região de Abreus. O percurso no interior da gruta é extremamente fácil, devido à horizontalidade das galerias. Várias clarabóias permitem a entrada de luz, realçando sua beleza, além de proporcionar fácil acesso à superfície.
O estado de conservação desta gruta é bom. Isso se deve às grandes dimensões das galerias e à ausência de espeleotemas em locais acessíveis.
Na gruta desembocam os riachos de águas intermitentes: o Queixo D’Anta e Tanquinho, que nascem na Serra do São Francisco, a oeste do povoado de Abreus.
Apesar de possuir concentrações de estalactites, estalagmites e cortinas nas paredes laterais, essa caverna assemelha-se a um imenso conduto de pressão freática, onde circularam, no passado, as águas de um volumoso afluente do Rio Pacuí, formando um circuito integrado de grutas de fácil visitação devido à proximidade entre as mesmas.
5. Toca da Onça ou Gruta da Tiquara
A Toca da Onça ou Gruta da Tiquara localiza-se a 10º 24′ 46″ de latitude sul e 40º 24′ 46″ de longitude oeste, estando quase no perímetro urbano do povoado de Tiquara. Possui no seu interior algumas pinturas rupestres.

Dentre as pinturas observadas, nota-se uma semelhança com a tradição São Francisco/geométrica, bastante frequente no estado de Minas Gerais. Segundo Valentim Calderon, a tradição São Francisco assemelha-se à tradição simbolista.
As pinturas encontram-se bastante destruídas pela extração de salitre ocorrida na década de 30 e também intensamente pichadas por grafites.
A Gruta Tiquara é de extrema importância na caracterização do estilo predominante da arte rupestre da região, sendo que seus traços divergem de todos os outros encontrados nas localidades que visitamos.
Campo Formoso – Situação Geográfica
O município de Campo Formoso está situado ao norte da Bahia, ao oeste da serra da Jacobina. Sua história remonta ao início da colonização das terras do interior do Brasil Colônia (século XVII).
Na sua área está localizado o Vale do Salitre, cujo rio do mesmo nome é afluente da margem direita do Rio São Francisco.
A cidade fica a 400 km de Salvador, cujo acesso é feito pela BR-324 até Senhor do Bonfim, daí 24 km através de pista asfaltada que liga as duas cidades. Apesar de sua proximidade com a caatinga, a cidade possui clima ameno, com noites arejadas pelos ventos alísios canalizados através da cadeia de serras que circundam a região.
Localização: Polígono das secas, Norte do Estado da Bahia, região do Vale do São Francisco, micro-região de Senhor do Bonfim.

Limites:
Norte: Juazeiro e Sobradinho.
Sul: Antonio Gonçalves, Mirangaba e Umburanas.
Leste: Senhor do Bonfim e Jaguarari.
Oeste: Sento Sé
História de Campo Formoso
Antiga Freguesia Velha de Santo Antônio do Sertão da Jacobina, seu nome barroco lembra o período seiscentista. Foi a primeira povoação que surgiu em todo o norte da Bahia. No ano de 1682, o arraial foi elevado à categoria de Freguesia pelo 1° Arcebispo da Bahia, D. Gaspar Barata de Mendonça.
Jacobinas eram chamadas na Bahia, as terras de vegetação baixa e espinhosa que formavam o sertão. Era habitada pelos índios sapóias, paiaiás, tocós, secaquerinhens, todos pertencentes ao grupo dos Quiriris, formando a grande nação dos Tapuias.

Os primeiros portugueses que chegaram às Jacobinas foram os bandeirantes baianos. Dentre eles, destacam-se: Belchior Dias Moréia, o descobridor da lendária mina de prata, e seu filho Robério Dias, o senhor da Casa da Torre; Francisco Dias D’Avilla e seu irmão o padre Antonio Pereira, fundador de sesmaria onde estavam incluídas as terras da Freguesia Velha de Santo Antônio da Jacobina; os irmãos Manoel e João Calhelha e Lourenço de Matos, descobridores das Jacobinas que passaram a morar na povoação da Freguesia Velha “onde aqui viveram e morreram”; Bento Surrel, descobridor das minas de salitre e de sal no Vale do Rio Salitre.
Os primeiros missionários chegaram ao sertão das Jacobinas em 1655, encontrando na época mais de oitenta aldeias formadas por várias tribos; os sapoiás, os paiaiás, os sequerinhens, etc.
No dia 22 de julho de 1722, por ordem do vice-rei do Estado do Brasil, o sertanista Pedro Barbosa Leal instalou a vila de Santo Antônio de Jacobina, no Sítio do Sahay, próximo à Missão de Nossa Senhora das Neves do Sahay.
A escolha deste local foi motivada pela recusa do vigário da Freguesia Velha de Santo Antônio e do senhor da Casa da Torre, que não aceitaram a instalação da vila do arraial de Santo Antônio, sede da Freguesia Velha de Santo Antônio.
Dois anos depois, a vila foi transferida para a Missão do Bom Jesus da Glória de Jacobina Nova (hoje cidade de Jacobina).
O principal fomentador do progresso da região da Freguesia Velha de Santo Antônio foi a exploração do minério do Salitre no Pacuí (oficina Nossa da Encarnação) e nas minas de João Martins e João Peixoto.

Este minério era transportado em lombo de burros para o porto da Bahia e lá seguia para Portugal. Do salitre extraía-se a pólvora utilizada na indústria da guerra.
Depois veio o período da criação de gado, com a instalação de fazendas e currais administrados por feitores, vaqueiros e boiadeiros.
No ano de 1770, os moradores do Arraial da Freguesia Velha mandaram ao Rei D. José I uma grande petição para que o povo fosse elevado à categoria de vila. Apesar dos argumentos razoáveis, nenhuma decisão foi tomada a respeito. E o povoado de Santo Antônio esperou 110 anos para que acontecesse este desejo tão almejado por sua população.
Foi no dia 28 de julho do ano glorioso de 1880 que, pela Lei Provincial n°. 2051, assinada pelo Governador da Província da Bahia, D. Antonio de Araújo Bulcão, foi criada a vila de Campo Formoso (antiga Freguesia Velha de Santo Antônio do Sertão da Jacobina), com todos os limites da Freguesia. Sua instalação ocorreu três anos depois, em 1883.
Em 1939, sua sede foi elevada à categoria de cidade, pelo Decreto – Lei n.° 11.089 de 30 de novembro de 1938.
Localizado na encosta da Serra da Jacobina, Campo Formoso é uma cidade cheia de ladeiras e colinas.
Sobre o Morro dos Alecrins, situa-se o centro comercial, as repartições públicas, os hotéis, hospital, igrejas e antigas residências.
Com o progresso, a cidade cresceu em direção às colinas que a cercam, formando vários bairros: Esplanada, São Francisco, Vila Pernambucana, Vila dos Sonhos, Bosque das Mangueiras, Santa Luzia, Colina do Sol, Baixa dos Tapuias, Serra do Cruzeiro, Centro Cultural, Guabiraba e outros.
Bahia.ws é o maior guia de turismo e viagem da Bahia e Salvador.
Guia Turístico de Campo Formoso na Bahia
Publicações Relacionadas
Poço Azul na Chapada Diamantina: Um Guia Completo
Curiosidades sobre Rio de Contas na Chapada Diamantina
Cachoeiras e Trilhas do Vale do Capão na Chapada Diamantina
Correntina: Descubra os Encantos da Bahia
Trekking - Trilhas mais procuradas na Chapada Diamantina
Trekking no Vale do Pati na Chapada Diamantina
Atrações Turísticas e Documentários sobre a Chapada Diamantina
Vale do Rio São Francisco tem paisagens hipnotizantes
Ecoturismo no Morro do Chapéu, com 1.012 m de altitude
Descubra os Encantos de Palmeiras na Chapada Diamantina
Como chegar até a Cachoeira da Fumaça na Chapada Diamantina
Descubra as Imperdíveis Cachoeiras da Chapada Diamantina
Barreiras e Suas Atrações Turísticas Imperdíveis
Mucugê: Descubra a História e Cultura Local
As principais cidades e vilas da região da Chapada Diamantina
Rio de Contas: Conheça a história do processo de formação da cidade
Trekking - Rota através da Chapada Diamantina em 7 dias
Informações Turísticas sobre Chapada Diamantina
História e Guia Turístico de Ibicoara na Bahia
Sempre-Viva: Símbolo de Preservação da Chapada Diamantina
Gruta do Lapão: Aventura na Chapada Diamantina
São Desidério possui mais de 100 grutas para escaladas e trilhas
Principais Grutas do município de Iraquara na Chapada Diamantina
Estilo arquitetônico da Chapada Diamantina
Conheça os pontos de mergulho da Chapada Diamantina
Vapor do Vinho e Enoturismo no Vale do São Francisco
A Fascinante História do Garimpo na Chapada Diamantina
Como chegar na Cachoeira da Fumaça na Chapada Diamantina
Chapada Diamantina - Pontos Turísticos, Roteiros e Dicas
Vila do Ventura: O Legado do Garimpo na Chapada Diamantina
História da produção de uvas e vinhos no Vale do São Francisco
Picos das Almas, Itobira e Barbado: Guia de Trekking
As mais altas e bonitas cachoeiras da Chapada Diamantina
Poço Encantado na Chapada Diamantina: Como Visitar
Trekking no Vale do Pati na Chapada Diamantina
Relevo, Fauna e Flora da Chapada Diamantina
Este post também está disponível em:
Português
English
Deutsch
Español
Français



















