Descobrimento do Brasil

Os capítulos abaixo tratam da controvérsia sobre a prioridade no descobrimento do Brasil, ocorrida no início do século XVI.

1. Chegadas espanholas ao Brasil (1498–1500)

Após Colombo (1498), navegadores espanhóis tocaram o litoral da América do Sul: Alonso de Ojeda (1499), cuja chegada ao território brasileiro é incerta; Vicente Yáñez Pinzón (fim de 1499 — jan. 1500), geralmente considerado o primeiro a avistar comprovadamente trecho do litoral brasileiro (possivelmente o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco), seguindo depois para norte até a foz do Amazonas e o Oiapoque; e Diogo de Lepe (fim de 1499), que também navegou pela região antes de seguir para as Antilhas.

2. Descobrimento oficial por Portugal (1500)

Oficialmente o descobrimento é atribuído ao português Pedro Álvares Cabral, enviado por D. Manuel I com uma frota de treze navios à Índia.

Em 22–23 de abril de 1500 avistaram terra (Monte Pascoal) e desembarcaram em Porto Seguro (Baía Cabrália), onde houve contato com indígenas.

Em 1º de maio ergueram a cruz e tomaram posse em nome de Portugal.

A carta de Pêro Vaz de Caminha é a principal fonte sobre o achamento, com descrições geográficas, etnográficas e da cerimônia religiosa.

3. Debate sobre prioridade e intencionalidade

Discute‑se se os portugueses já suspeitavam ou conheciam previamente a existência da terra (indícios em obras como o Esmeraldo e cláusulas do Tratado de Tordesilhas) e se a chegada de Cabral foi intencional ou acidental. Não há provas conclusivas nem de uma descoberta portuguesa anterior nem de plena intencionalidade, embora o achamento ocorra no contexto de navegação planejada e da política expansionista lusitana.