A Fascinante História do Garimpo na Chapada Diamantina

História do Garimpo na Chapada Diamantina

1. Ouro na Chapada

No século 18, o ouro foi encontrado em Rio de Contas e Jacobina, tornando-se a principal riqueza da região. Durante esse período, a Estrada Real foi construída para facilitar o transporte do ouro e, posteriormente, dos diamantes, conectando as áreas mineradoras a centros de comércio e ao litoral.

História do Garimpo na Chapada Diamantina
História do Garimpo da Chapada Diamantina

Origem Histórica da Estrada Real

A Estrada Real é uma das mais importantes vias históricas do Brasil, com origem no século 17.

Sua construção foi impulsionada pela necessidade de escoamento do ouro e, posteriormente, de outras riquezas minerais, como diamantes, das regiões mineradoras do interior para o litoral, onde eram embarcadas para a Europa.

Inicialmente, as trilhas eram rudimentares, criadas por garimpeiros e viajantes.

Com o aumento da demanda por ouro, as autoridades coloniais começaram a formalizar e melhorar a estrada, incentivando a construção de uma infraestrutura mais sólida, incluindo pontes e paradas para descanso.

Importância Econômica da Estrada Real

A Estrada Real foi crucial para o transporte do ouro e dos diamantes, permitindo que essas riquezas chegassem aos portos para exportação. Isso teve um impacto significativo na economia colonial, tornando o Brasil uma das principais fontes de metais preciosos da Europa.

Além disso, a estrada facilitou a troca cultural e comercial entre as regiões, permitindo que mercadores e viajantes estabelecessem relações comerciais.

Ao longo da Estrada Real, várias cidades cresceram e se desenvolveram, como Ouro Preto, Tiradentes e Lençóis, tornando-se centros comerciais e culturais.

Hoje, a Estrada Real é um importante corredor turístico, atraindo visitantes interessados na cultura e na história da região, gerando uma nova forma de renda para as comunidades locais.

Vídeo da História do Garimpo na Chapada Diamantina

Igatu na Chapada Diamantina
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Mapa da Chapada Diamantina

Mapa das Trilhas e Pontos Turísticos da Chapada Diamantina

2. Descoberta do Diamante

No início do século 19, as primeiras jazidas de diamantes foram descobertas em Mucugê.

Em 1844, um garimpeiro encontrou diamantes em Mucugê, resultando em uma expedição que rendeu seis arrobas de “diamantes grossos”.

3. Início de um Novo Ciclo Minerador

A descoberta de diamantes levou a um novo ciclo de exploração, com Mucugê, Andaraí, Palmeiras e Lençóis se tornando cidades ricas. Lençóis se destacou como a terceira cidade mais importante da Bahia.

4. Ouro e Diamantes no Século 19

Durante quase todo o século 19, a Bahia foi a maior produtora de diamantes do mundo. Contudo, a descoberta de jazidas na África do Sul em 1867 fez o preço do diamante cair, afetando a produção brasileira.

História do garimpo em Lençóis na Chapada Diamantina.
História do garimpo em Lençóis.

5. Declínio da Mineração

Na década de 1850, Lençóis alcançou uma população de cerca de 25 mil habitantes, vivendo do turismo.

A produção de carbonado, uma variedade de diamante, se manteve, mas a exploração começou a declinar no início do século 20.

Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu

6. Era dos Coronéis e Crise Econômica

Por volta de 1870, a exploração de diamantes terminou, marcando o início da “Era dos Coronéis”.

A crise econômica na metade do século 20 foi causada pelo esgotamento da exploração de diamantes.

Era dos Coronéis

A Era dos Coronéis refere-se a um período da história do Brasil, que se estendeu aproximadamente entre o final do século 19 e o início do século 20, especialmente nas décadas de 1920 e 1930.

O termo “coronéis” se refere a líderes locais, geralmente proprietários de terras ou líderes políticos, que exerciam grande influência e poder em suas regiões, especialmente no interior do Brasil.

7. Últimos Suspiros do Garimpo

Um último respiro significativo do garimpo ocorreu na década de 1980 com minas mecanizadas, mas essa prática foi proibida em 1996 por preocupações ambientais. As atividades nos garimpos terminaram em 1994.

8. Era do Diamante Sintético

No século 20, a chegada do diamante sintético levou à extinção do garimpo de carbonado. No entanto, o ouro e o diamante continuam a ser encontrados na Chapada, embora de forma artesanal, já que o Ibama proibiu o uso de dragas para mineração em 1998.

O ouro ainda é encontrado em Rio de Contas, enquanto o diamante costuma aparecer próximo a Mucugê e Igatu.

9. Evolução do Garimpo Artesanal

Após a proibição da mineração mecanizada, o garimpo artesanal ressurgiu como uma prática comum na região.

Os garimpeiros passaram a utilizar técnicas tradicionais, como bateias e enxadas, adaptando-se às novas regulamentações.

Essa forma de garimpo é mais sustentável e menos prejudicial ao meio ambiente, permitindo que muitos locais ainda busquem seu sustento através da extração artesanal de diamantes e ouro, especialmente em áreas como Rio de Contas e Mucugê.

Apesar das dificuldades, muitos garimpeiros continuam a trabalhar em condições desafiadoras, mas com um profundo respeito pela natureza.

10. Riqueza do Turismo

A partir da década de 1990, o turismo se tornou a principal forma de renda da Chapada Diamantina, com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina e o tombamento de Lençóis como Patrimônio Nacional em 1973.

11. Realidade do Garimpo Hoje

Em tempos recentes, alguns ainda garimpam de forma artesanal, mas a exploração é limitada. Muitos residentes acreditam que apenas 12% dos diamantes da Chapada Diamantina foram explorados.

História do Garimpo na Chapada Diamantina

Guia Turístico da Chapada Diamantina e Bahia

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