Guerra de Canudos: Resgatando a Memória Histórica

Guerra de Canudos: Bahia Revive o Povoado de Canudos

A Bahia vai implantar sua primeira cidade cenográfica em homenagem a Canudos.

O secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, anunciou que o projeto para a construção da cidade retratará o povoado de Canudos, no sertão, e pretende resgatar também a história do beato Antônio Conselheiro e da Guerra de Canudos.

Guerra dos Canudos
Guerra de Canudos

O projeto custou R$ 5 milhões para o estado e inclui ações educacionais, artísticas e culturais, como peças a céu aberto. Uma delas vai reproduzir fatos históricos da vida de Antônio Conselheiro.

Além de padre, ele exerceu várias profissões e foi um dos mais importantes líderes sociais do Brasil. Considerado um místico rebelde e líder espiritual do arraial de Canudos, comandou milhares de sertanejos, índios e escravos recém-libertos.

Guerra dos Canudos
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Guerra dos Canudos

A Guerra de Canudos

A Guerra de Canudos é considerada um dos principais conflitos que marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil.

Antes de explorarmos a formação do Povoado de Canudos e o início das batalhas, é essencial contemplar algumas passagens da vida de seu principal líder: Antônio Conselheiro.

Nascido na vila de Quixeramobim, no interior do Ceará, Antônio Vicente Mendes Maciel cresceu em uma família de padrão de vida mediano. Durante sua infância, teve uma educação diversificada que lhe ofereceu contato com geografia, matemática e línguas estrangeiras.

Aos vinte e sete anos, após a morte de seu pai, assumiu os negócios da família, mas, não obtendo sucesso, abandonou a atividade. Na mesma época, casou-se com uma prima e exerceu funções jurídicas nas cidades de Campo Grande e Ipu.

Após o abandono da esposa, Antônio começou a vaguear pelo sertão nordestino. Nessa jornada, envolveu-se com uma escultora chamada Joana Imaginária, com quem teve um filho.

Em 1865, Conselheiro abandonou a mulher e o filho, retornando à sua peregrinação. Nessas andanças, começou a construir igrejas e cemitérios, sendo marcado pela barba grisalha, a bata azul, sandálias de couro e a mão apoiada em um bordão.

Influenciado pelas contrariedades pessoais e problemas socioeconômicos do sertão, Antônio Conselheiro iniciou uma pregação religiosa defensora de um cristianismo primitivo.

Defendia que os homens deveriam se livrar das opressões e injustiças impostas, buscando superar os problemas de acordo com os valores religiosos cristãos.

Com palavras de fé e justiça, Conselheiro atraiu muitos sertanejos que se identificavam com sua mensagem.

Desde o início, autoridades eclesiásticas e setores dominantes da população viam na renovação social e religiosa de Antônio Conselheiro uma ameaça à ordem estabelecida.

Em 1876, foi preso sob a acusação de ter matado sua mulher e mãe, sendo enviado de volta ao Ceará.

Depois de solto, Conselheiro dirigiu-se ao interior da Bahia. Com o aumento de seguidores e a pregação de seus ideais contrários à ordem vigente, fundou, em 1893, uma comunidade chamada Belo Monte, às margens do Rio Vaza-Barris.

Consolidando uma comunidade não sujeita ao mando dos representantes do poder vigente, Canudos, nome dado à comunidade pelos opositores, se tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos.

De um lado, a Igreja atacava a comunidade, alegando que os seguidores de Conselheiro eram apegados à heresia e depravação. Por outro, políticos e senhores de terra, utilizando os meios de comunicação da época, diziam que Antônio Conselheiro era monarquista e liderava um movimento que almejava derrubar o governo republicano, instalado em 1889.

Incriminada por setores influentes e poderosos da sociedade, Canudos foi alvo das tropas republicanas. Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade conseguiu resistir a quatro investidas militares.

Somente na última expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a população apta para o combate (homens e rapazes) foi massacrada. A comunidade se reduziu a algumas centenas de mulheres, idosos e crianças. Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias antes do último combate. Ao encontrarem seu corpo, deceparam sua cabeça e enviaram para estudar as características do crânio de um “louco fanático”.

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