O estilo arquitetônico da Chapada Diamantina reflete a riqueza histórica da região, fortemente influenciada pelo ciclo do garimpo de diamantes nos séculos XVIII e XIX e pela presença de elementos europeus, principalmente portugueses.
Nas cidades históricas da Chapada, como Lençóis, Mucugê e Rio de Contas, predominam construções coloniais com fachadas simples e coloridas, adornadas com detalhes em madeira e ferro. Essas edificações seguem padrões simétricos, com traços do barroco e neoclássico, refletidos em igrejas, casarões e sobrados que remetem ao período áureo da mineração.
A arquitetura da região também se adapta ao relevo acidentado, aproveitando recursos naturais como a pedra, presente tanto nas construções quanto no calçamento das ruas. Essa integração com o ambiente confere às cidades da Chapada Diamantina uma atmosfera histórica e pitoresca, preservando sua identidade cultural e atraindo visitantes.
Além de sua diversidade arquitetônica, a Chapada se destaca pela simplicidade e harmonia com a natureza, utilizando materiais naturais como pedra, madeira e adobe, reforçando seu caráter autêntico e sustentável.
Adobe é um tijolo de terra e fibras vegetal misturados com água, moldados e secos ao ar livre (sem queima).
Arquitetura da Chapada Diamantina: História, Tradição e Beleza
O estilo arquitetônico da Chapada Diamantina é influenciado por diversos fatores, como a cultura local, o clima, a disponibilidade de materiais e a colonização portuguesa no Brasil, refletida no estilo colonial.
1. Casas de Taipa: Tradição e Sustentabilidade
Um dos principais exemplos da arquitetura vernacular da região são as casas de taipa, também conhecidas como casas de barro. Construídas com barro misturado com palha e madeira, essas edificações possuem paredes espessas, que ajudam a manter a temperatura interna agradável, mesmo sob o calor intenso do verão. Além da funcionalidade, essas casas carregam um charme rústico e uma forte conexão com a natureza.
2. Arquitetura Colonial e a História do Diamante
Outro destaque arquitetônico da Chapada Diamantina é o estilo colonial, que remonta ao período em que a região era uma importante rota de comércio de diamantes. A cidade de Igatu, encravada entre afloramentos rochosos, rios e cachoeiras, preserva um casario histórico do século XIX, construído em pedra, um resquício da época da mineração.
As construções coloniais são marcadas por fachadas coloridas, varandas amplas e janelas de madeira, elementos que preservam a memória dos tempos áureos da mineração e contam a história da região.
3. Igrejas e Capelas: Tesouros Arquitetônicos
A arquitetura religiosa também tem um papel fundamental na Chapada Diamantina. Igrejas e capelas antigas são verdadeiros tesouros históricos, com altares em estilo barroco, pinturas sacras e detalhes em ouro, que remetem à grandiosidade do passado colonial.
Caminhar por suas ruas de pedra, admirando os casarios, praças e templos, é uma verdadeira viagem ao passado, relembrando os tempos em que a região prosperava com os ciclos do ouro e do diamante.
Mucugê uma das cidades mais lindas da Chapada Diamantina11:15
Lençóis Bahia - Imagens Aéreas com Drone08:02
Rio de Contas - patrimônio arquitetônico da Bahia
Povoado de Igatu na Chapada Diamantina12:38
Destaques arquitetônicos das cidades da Chapada Diamantina
- Rio de Contas
- Igatu
- Lençóis na Bahia
- Mucugê
- Morro do Chapéu
1. Rio de Contas: Patrimônio Arquitetônico e Histórico na Chapada Diamantina
Tombado pelo IPHAN em 1980, o conjunto arquitetônico de Rio de Contas preserva praças e ruas com traçado colonial, além de monumentos públicos e religiosos em pedra, casario de adobe e igrejas barrocas.
A área tombada abriga 287 edificações centenárias, destacando-se:
- Casa de Câmara e Cadeia (atual Fórum)
- Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento
- Igreja Santana
Essas construções, tombadas individualmente desde 1958, datam da segunda metade do século XVIII e início do XIX. A arquitetura segue o modelo do litoral baiano: monumentos em pedra e residências de adobe, com fachadas brancas e esquadrias azuis, lembrando a estética de Paraty (RJ).
Nos arredores da cidade, há vestígios de represas, aquedutos, túneis e galerias, testemunhos da intensa mineração de ouro na região.
Localizada ao sul da Chapada Diamantina, na Serra das Almas, Rio de Contas possui um traçado regular e homogêneo, sendo uma das raras “cidades novas” coloniais planejadas por Portugal. Criada por Provisão Real em 1745, a cidade deveria ser estabelecida em um local saudável e com arquitetura que garantisse seu embelezamento.
Inicialmente um centro de mineração, Rio de Contas se tornou uma importante capital regional, preservando até hoje seu rico patrimônio histórico.
Monumentos arquitetônicos
- Casa de Câmara e Cadeia em Rio de Contas
- Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento
- Teatro São Carlos
- Casa à Rua Barão de Macaúbas
- Igreja de Santana
1. Casa de Câmara e Cadeia em Rio de Contas
Atual Fórum Barão de Macaúbas. É uma construção de meados do século XVIII ou início do século XIX, exemplo tardio de Casa de Câmara e Cadeia, com dois pavimentos recobertos por telhado de quatro águas, desenvolvendo-se em planta retangular com cômodos intercomunicantes.
Funcionava no térreo, a Cadeia, Casa do Carcereiro e a Audiência. Situada entre duas praças, destaca-se pela sua volumetria e implantação, e apresenta como particularidade o sino-do-povo, instalado na ombreira de uma das janelas do segundo pavimento.
2. Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento
Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento foi construída na segunda metade do século XVIII para ser a Igreja Matriz da Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento e Minas do Rio de Contas, e considerada o mais relevante exemplar da arquitetura religiosa do sertão baiano, com uma forte influência barroca.
Projetada para ter corredores laterais superpostos por galerias de tribunas, entretanto as tribunas entaipadas, os alicerces e pedras de amarração indicam que o edifício não chegou a ser concluído.
Apresenta planta semelhante a um “T” que se desenvolve em nave única com coro, capela-mor com duas sacristias justapostas e uma torre. Sua volumetria distingue-se pelo jogo de alturas dos telhados e tratamento das superfícies, emolduradas por cunhais.
No seu interior, destacam-se a carpintaria das sanefas, guarda-corpos do coro, tribuna e escada do púlpito, entre outros elementos.
O forro da capela-mor apresenta pintura ilusionista, de inspiração italiana.
O IPHAN realizou obras de restauro nos seus bens artísticos (móveis e integrados).
Durante o trabalho, foi descoberto um inusitado nicho barroco, em chinoiserie, um estilo popular nos séculos XVI e XVII, com forte influência oriental, de Goa (Índia) ou Macau (China), territórios ocupados pelos portugueses.
3. Teatro São Carlos
Teatro São Carlos é um dos três mais antigos do Brasil e o mais antigo do interior baiano. Inaugurado em 1892, foi palco de inúmeras apresentações de grupos locais e de produções vindas de outras partes do Brasil. Funciona, atualmente, como um espaço onde ocorrem ações e atividades educacionais e culturais.
4. Casa à Rua Barão de Macaúbas
Por suas características arquitetônicas – vivenda e loja – presume-se que seja de meados do século XIX, tipo comum na vertente oriental da Chapada Diamantina e Serra Geral durante o período diamantífero.
A casa, com estrutura autoportante de alvenaria e adobes, desenvolve-se em planta praticamente quadrada, com um anexo para serviços nos fundos.
Um trecho da casa era destinado à loja, com entrada independente e salas para depósito, o outro destinava-se à residência, onde estão os salões de uso social e familiar na frente e nos fundos, separados por quartos e alcovas, ao longo de um corredor central.
Destacam-se os baixos relevos em estuque e em forma de folhas, que conferem ao edifício certa singularidade.
5. Igreja de Santana (ruínas)
Datada da primeira metade do século XVIII, localiza-se no antigo largo do mesmo nome (atual Praça Duque de Caxias), recuada em relação às edificações vizinhas e precedida por um adro (espaço externo) que se articula com sua nave por ampla escadaria.
Em alvenaria de pedra, nunca chegou a ser concluída e suas obras foram paralisadas, em torno de 1850, devido ao êxodo da população local para outra região mineira.
Possui três naves e capela-mor que se comunica com as sacristias que lhe são justapostas, através de arcos. No fundo da capela-mor, janelas altas lhe conferem uma característica especial.
Naves laterais e torres não ultrapassam o nível do térreo e, ao que tudo indica, seriam as primeiras recobertas por galerias.
Seu frontispício apresenta três portas de acesso em arco pleno, superpostos por janelas rasgadas de igual número, e os muros em alvenaria de pedra não são rebocados, exceção feita ao frontão e trecho superior da fachada.
2. Igatu: A Machu Picchu Baiana e seu Legado da Mineração de Diamantes
O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Igatu, distrito de Andaraí, foi tombado pelo IPHAN em 2000. Conhecida como Xique-Xique do Igatu ou Cidade de Pedras, a vila preserva ruínas de habitações construídas em pedra, testemunhos do ciclo do garimpo na Chapada Diamantina.
O tombamento inclui as ruínas das antigas moradias entre a ponte sobre o rio Coisa Boa e a trilha do antigo garimpo, além do núcleo original da vila, datado do século XIX, que permanece em excelente estado de conservação. O perímetro protegido conta com cerca de 200 imóveis.
Um Museu Vivo da Mineração
Igatu é considerada um verdadeiro museu a céu aberto, preservando vestígios do apogeu e decadência do garimpo. Na Galeria Arte e Memória, encontram-se utensílios utilizados por garimpeiros e escravizados, revelando a dura realidade do trabalho nas lavras diamantíferas.
Encravada entre afloramentos rochosos, rios e cachoeiras, Igatu abriga um casario histórico do século XIX, construído com pedras brutas remanescentes da mineração. Sua paisagem única lhe rendeu o título de “Machu Picchu Baiana”, em referência à famosa cidade inca no Peru.
O Ouro e o Declínio da Vila
No auge da mineração, Igatu abrigava mais de 10 mil habitantes, contando com grandes casarões coloniais, onde residiam os barões do diamante. A vila era próspera, mas o declínio da atividade diamantífera levou à sua decadência, provocando o êxodo da maior parte da população.
Durante anos, a vila permaneceu quase abandonada, com casas e comércios fechados. Porém, alguns moradores resistiram e, ao longo do tempo, Igatu se reergueu.
Igatu Hoje: Turismo e Cultura
Atualmente, a vila atrai visitantes do mundo inteiro, com o turismo sendo sua principal atividade econômica. O destino é referência para quem busca turismo histórico-cultural, ecoturismo e turismo de aventura.
Além disso, Igatu é a terra natal do escritor Herberto Sales, autor de Cascalho, romance que retrata o poder do coronelismo na sociedade local.
Assim como em grande parte do Nordeste, o coronelismo moldou a história da vila, influenciando seus costumes e estrutura social. Hoje, Igatu mantém viva sua memória, oferecendo aos visitantes uma verdadeira viagem no tempo, entre ruínas de pedra, trilhas e um legado cultural inestimável.
Monumentos arquitetônicos
- Casas de pedra em Igatu
- Igreja e Cemitério de São Sebastião
1. Casas de pedra em Igatu
2. Igreja e Cemitério de São Sebastião
3. Lençóis: O Tesouro Arquitetônico e Paisagístico da Chapada Diamantina
O conjunto arquitetônico e paisagístico de Lençóis, situado na Chapada Diamantina, foi tombado pelo IPHAN em 1973. A cidade, localizada na região centro-oeste da Bahia, encontra-se em um anfiteatro natural na encosta oriental da Serra do Sincorá, integrando-se à exuberante paisagem do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Com um patrimônio riquíssimo, Lençóis preservou suas características originais e destaca-se por seu casario colorido, ruas irregulares e história marcada pela mineração. A área protegida abrange cerca de 570 imóveis, testemunhos do auge econômico da cidade no século XIX.
A Riqueza do Diamante e a Ascensão de Lençóis
Entre 1845 e 1871, Lençóis foi a maior produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia. Tornou-se um entreposto comercial fundamental, exportando diamantes para a Europa e importando artigos de luxo. Seu desenvolvimento foi tão acelerado que a França instalou um vice-consulado na cidade para facilitar o comércio.
Durante esse período, surgiram os primeiros sobrados e edificações mais elaboradas, refletindo a ascensão econômica da vila. O casario da cidade, em sua maioria do século XIX, foi construído com técnicas variadas, predominando o adobe, pedra e estruturas de madeira com vedação em taipa de mão. As fachadas vibrantes das casas e sobrados compõem a identidade visual de Lençóis.
Urbanismo e Arquitetura: A Evolução do Espaço
Diferente de outras cidades históricas, Lençóis não possui um monumento dominante. Seu crescimento foi marcado pela mineração e pela adaptação ao terreno acidentado, resultando em um traçado irregular de ruas, largos e pequenas praças.
A cidade se originou da fusão de dois núcleos:
- Serrano, em uma área elevada junto a uma corredeira do rio.
- São Félix, localizado na margem oposta do rio.
Com o crescimento, ambos se uniram, tendo como eixo central a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a ponte construída em 1860, esta última erguida para empregar a mão de obra ociosa durante a grande seca de 1859-1862.
Praça Horácio de Matos e os Grandes Sobrados
A partir dessa época, surgiram os grandes sobrados que hoje marcam a Praça Horácio de Matos, antiga Praça do Mercado, onde estão cinco residências tombadas. Um desses edifícios foi a Casa do Conselho, demolida nos anos 1940 para dar lugar à Agência dos Correios e Telégrafos.
As ruas de Lençóis refletem seu passado:
- Algumas possuem o piso rochoso natural.
- Outras são pavimentadas com pedras irregulares formando desenhos decorativos.
- As novas ruas seguem o padrão colonial, subindo e descendo ladeiras conforme o terreno.
Lençóis Hoje: Um Patrimônio Vivo
Atualmente, Lençóis é um dos destinos turísticos mais procurados da Bahia, combinando história, cultura e natureza. Seu casario colonial, aliado às trilhas, cachoeiras e grutas da Chapada Diamantina, fazem da cidade um patrimônio vivo, onde o passado do garimpo e o presente do turismo se encontram.
Monumentos arquitetônicos
- Praça Horácio de Matos
- Mercado Público Municipal
- Ponte sobre o rio Lençóis
- Prefeitura Municipal
- Teatro de Arena
- Igreja Nossa Senhora do Rosário
- Igreja de Nosso Senhor dos Passos
- Casa de Cultura Afrânio Peixoto
- Arquivo Público
1. Praça Horácio de Matos
2. Mercado Público Municipal
3. Ponte sobre o rio Lençóis
4. Prefeitura Municipal, imóvel onde funciona o Escritório Técnico do Iphan
5. Teatro de Arena
6. Igreja Nossa Senhora do Rosário
7. Igreja de Nosso Senhor dos Passos
8. Casa de Cultura Afrânio Peixoto
9. Arquivo Público
4. Mucugê: Tesouro Arquitetônico e Natural da Chapada Diamantina
O conjunto arquitetônico e paisagístico de Mucugê, com destaque para seu cemitério bizantino, foi tombado pelo IPHAN em 1980. A cidade, uma das mais antigas da Chapada Diamantina, teve papel fundamental na exploração de ouro e diamantes, assim como Lençóis.
Com um patrimônio arquitetônico bem preservado, Mucugê mantém casas térreas e sobrados do século XIX, além de duas igrejas históricas.
Urbanismo: O Crescimento em Forma de “L”
Mucugê está situada em um vale amplo e plano, cercado por encostas íngremes. Para adaptar-se ao relevo, sua urbanização seguiu um formato em “L”, com suas extremidades ocupadas pelas igrejas.
- Rua Direita do Comércio: Paralela ao riacho Mucugê, acredita-se que tenha sido o núcleo original do povoamento.
- Pequena praça na convergência das ruas, reforçando a tipologia mononuclear da cidade.
Casario Colonial e Expansão Urbana
O sítio tombado engloba toda a área urbana e o cemitério na colina, este último afastado do núcleo original.
A cidade cresceu por meio de faixas de terrenos planos, limitadas entre:
- O núcleo colonial.
- As cercas de pedra.
- A escarpa onde está o cemitério.
Nessas áreas foram erguidas novas residências e edifícios públicos, que não puderam ser instalados no casario colonial.
Os casarões coloniais, construídos no final do século XVIII e século XIX, utilizam adobe ou pedra. Mucugê destaca-se pela sua preservação arquitetônica, ruas limpas e ajardinadas, com canteiros floridos que dão charme à cidade.
Cemitério Bizantino: Um Ícone da Cidade
O cemitério de Mucugê, um dos mais emblemáticos do Brasil, tem inspiração na arquitetura bizantina, com pequenos mausoléus brancos erguidos na encosta da colina. Ele se destaca pelo visual singular e sua posição dissociada do núcleo urbano.
Patrimônio Cultural e Histórico
Além da arquitetura, a cidade guarda histórias de lutas e resistência, incluindo:
- Disputas pelo garimpo.
- Conflitos contra a Coluna Prestes.
- A força dos coronéis, que dominaram a política e economia da região.
Natureza e Contemplação
Mucugê também se destaca pelas belezas naturais, com cachoeiras, vales e cânions. Um dos pontos mais famosos é o Alto do Capa Bode, considerado um local de contemplação, perfeito para apreciar a paisagem da Chapada Diamantina.
Mucugê: História e Natureza em Harmonia
Com seu acervo arquitetônico de 300 casas térreas e 10 sobrados, suas ruas floridas e memórias da mineração, Mucugê é um destino onde história, cultura e natureza se encontram, preservando seu legado colonial e paisagístico.
Monumentos arquitetônicos
- Cemitério de Santa Isabel
- Igreja Matriz de Santa Isabel
1. Cemitério de Santa Isabel
Entre o núcleo histórico e a encosta encontra-se o Cemitério de Santa Isabel (também chamado “cemitério bizantino”) que tem área plana e murada, e a área especial onde está um conjunto de mausoléus, em cujas fachadas se reproduzem miniaturas de fachadas de igrejas e capelas – apoiadas na encosta rochosa da serra – se distinguem por sua cor branca.
O arranjo paisagístico integra os mausoléus à rocha em decomposição.
Construído no século XIX, tem em destaque a silhueta das sepulturas brancas diante do fundo montanhoso. Implantado na encosta rochosa da Serra do Sincorá, a noroeste de Mucugê, começou a ser construído em 1854, pela Câmara Municipal.
A obra foi concluída em 1886, quando uma epidemia assolou a vila.
A escolha deste sítio deveu-se, provavelmente, à existência de terrenos planos fáceis de escavar e próximos da cidade.
O cemitério está dividido em duas partes: uma plana, murada, situada sobre os terrenos de aluvião do vale onde estão as covas rasas e a outra, constituída por um conjunto de mausoléus implantado sobre a encosta rochosa da serra.
Os túmulos caiados são vistos à distância e se integram de forma notável à paisagem do cerrado.
Os mausoléus brotam da rocha nua, como a vegetação, em uma integração similar às “locas” ou “tocas”, habitação dos garimpeiros que se instalavam na região.
A distinção é promovida pela cor dos mausoléus – construídos em pedra e/ou tijolos, revestidos de reboco e caiados – e muitos terminam em arcos ornamentais, coroados e outros tantos são miniaturas de igrejas e capelas.
2. Igreja Matriz de Santa Isabel
Igreja Matriz de Santa Isabel – Erguida em meados do século XIX, pelo frei Caetano de Troyria, com grande auxílio da população, em um terreno doado pelo coronel Reginaldo Landulpho.
Totalmente restaurada pelo Iphan, em 2014, com obras de conservação da edificação, além da restauração dos bens móveis e integrados ao monumento (acervo de imagens sacras).
O templo estava deteriorado pelas condições climáticas e desgaste natural dos materiais, o que comprometeu as atividades religiosas.
Apresenta uma fachada neoclássica, com três naves internas e um coro em formato de U, estruturados por uma alvenaria em pedra e pilares internos.
Em 1952, foram realizadas algumas obras, inclusive a substituição do piso de pedra pelo piso de ladrilho e, em 1978, houve a recuperação do telhado.
5. Morro do Chapéu: Natureza, História e Arqueologia na Chapada Diamantina
Localizada na Chapada Diamantina, Morro do Chapéu destaca-se por sua riqueza natural e histórico-cultural. A cidade abriga cachoeiras, cavernas e sítios arqueológicos, além de vestígios do ciclo do diamante.
Patrimônio Natural e Arqueológico
Morro do Chapéu é um verdadeiro paraíso ecológico, com formações geológicas únicas e paisagens deslumbrantes. Entre seus atrativos, destacam-se:
- Cachoeiras imponentes, como a Cachoeira do Ferro Doido, com mais de 100 metros de queda, situada em um cânion impressionante.
- Grutas e cavernas, algumas ainda pouco exploradas, com formações calcárias e inscrições rupestres.
- Sítios arqueológicos, onde foram encontrados vestígios das populações indígenas que habitaram a região há milhares de anos.
Vila do Ventura: O Passado Diamantino
Nos arredores da cidade, encontra-se a Vila do Ventura, que foi o maior centro de diamantes da região no início do século XX. Essa vila foi um polo de extração mineral e ainda conserva ruínas e construções da época, testemunhando o auge da exploração do diamante na Chapada.
Um Destino para História e Aventura
Morro do Chapéu é um destino perfeito para quem busca contato com a natureza, história e cultura. Seu rico patrimônio natural e arqueológico, somado ao legado do garimpo de diamantes, faz da cidade um dos lugares mais fascinantes da Bahia.
Monumentos arquitetônicos
- Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça
- Casarão da família Grassi
- Vila do Ventura
1. Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça
Em 1794, a fazenda Morro Velho recebeu a visita do missionário Capuchinho Frei Clemente de Adorno, que durante sua viagem, rezou ali uma missa, construiu um pequeno cemitério e foi embora, deixando os moradores locais entusiasmados para que construíssem uma capela.
Em 1800, os próprios moradores dão início às obras daquela que se tornaria a Igreja Matriz da cidade. Esta Igreja foi uma das mais belas da região, não só pela fachada, mas pelos trabalhos artísticos na parte interna.
2. Casarão da família Grassi
No inicio do século XX, a família italiana Grassi vivia neste casarão. O pai da família chamava-se Giuseppe, mas era chamado de “Giuseppino”.
Como a família era dona de boa parte das terras no entorno da Vila, daí veio o nome de “Toca do Pepino”, uma toca muito conhecida atualmente, que abriga diversas pinturas rupestres.
3. Vila do Ventura
Por volta de 1840, garimpeiros foragidos de Lençóis se abrigaram próximo à atual fazenda Várzea da Cobra.
Um desses garimpeiros chamava-se Ventura. Em pouco tempo, descobriram diamante e carbonato na região e instalaram um pequeno garimpo ali.
Passaram, então, a vender as pedras em Lençóis, tendo sido o garimpeiro Ventura, o responsável pela venda dos primeiros diamantes.
O nome “Ventura” tornou-se referência e o local começou a atrair muitos outros garimpeiros, que começaram a povoar as terras em torno da área.
Logo, a pequena vila entra em decadência em razão da Guerra do Paraguai, pois quase todos os homens foram recrutados para as batalhas.
Após a guerra, a vila volta a crescer, atraindo aproximadamente 12 mil residentes, e atinge seu apogeu, com forte comércio, escolas, correios e capelas.
A Vila entra em decadência novamente, após a retração do mercado de carbonato mundial. Atualmente, só três famílias moram no distrito que guarda ruínas e casarões, em suas ruas de pedras.
Possui ruínas do período áureo da mineração, quando foi o maior produtor de diamantes da região.
Foi o maior centro produtor de diamante da região, possuindo, na década de 1920, cerca de 4.000 habitantes e, inclusive, um teatro e filarmônica. Com a seca de 1932 e alterações no mercado de carbonato, o garimpo entrou em declínio.
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