A Cultura Popular Maranhense na Casa de Nhozinho
A cultura popular maranhense é o tema central das exposições da Casa de Nhozinho, um museu instalado em um casarão imponente construído no século XIX, situado à Rua Portugal, um dos mais belos logradouros da cidade.

Homenagem ao Artesão Maranhense
O nome do museu é uma homenagem ao grande artesão maranhense Antônio Bruno Nogueira, conhecido como Nhozinho, que se destacou pela confecção de rodas de boi feitas de madeira.
Exposições e Acervo
A casa oferece aos visitantes uma mostra das técnicas de produção cultural da região, além de guardar peças que revelam os costumes e a forma de viver do povo maranhense desde os primórdios. Há também uma lojinha no local para a comercialização de produtos regionais.
A exposição da Casa de Nhozinho foi fundamentada nos 4 elementos da natureza:
1. Salão Água e Salão Terra
No andar térreo, no Salão Água, encontra-se o acervo diretamente relacionado a rios e mar, como canoas e redes de pesca. Enquanto isso, o Salão Terra retrata a relação do homem com a terra, configurada na agricultura e na construção de sua moradia. Nesse espaço, foi montado o Pátio Verde, que evidencia a relação homem/natureza.
2. Pavilhão Fogo
No primeiro andar, o visitante tem acesso ao Pavilhão Fogo, onde está exposto todo o acervo de artesanato, incluindo brinquedos populares, miniaturas, objetos reciclados, tecidos e as coleções adjuntas de Nhozinho, Domingos Vieira Filho, José Cupertino, Vítor Gonçalves, João do Farol e Beto Bittencourt, além da cultura material indígena e objetos feitos em metais.
3. Pavilhão Ar
O segundo pavimento, que oferece uma segunda opção de entrada pela rua de Nazaré, foi denominado Pavilhão Ar. Nele, o visitante tem acesso à Galeria do Cofo, destinada a exposições temporárias.
4. Acervo Diversificado
No acervo da Casa de Nhozinho, encontram-se brinquedos feitos de madeira, bonecas de canarana, bucha e pano, redes feitas de teares manuais, muito comuns no cotidiano dos maranhenses, rendas de bilro, bordados, e produtos produzidos com fibras naturais de buriti, tucum, guarimã, carnaúba e babaçu. Destacam-se também os cofos (artefato muito presente na cultura do estado, com diversas utilidades, como transporte de alimentos), cerâmicas e matérias da cultura indígena.
Sobre Nhozinho
Antônio Bruno Pinto Nogueira, conhecido como Nhozinho, era filho de Sebastião José Nogueira e Marcolina Pinto Nogueira. Nascido em 17 de maio de 1904, em Bacuripanã, no município de Cururupu (MA), foi um artista excepcional. Desde criança, iniciou-se na arte popular fazendo papagaios de papel (pipas), animais, árvores, entre outros.
Aos 12 anos, começou a manifestar-se a doença que lhe deformaria as pernas, braços e mãos, comprometendo sua locomoção e, parcialmente, sua visão. Assim, utilizou sua arte para fabricar um carrinho de madeira, no qual passou a locomover-se.
Nhozinho morou na rua Jacinto Maia, onde confeccionou 50 costureiros (caixas para guardar material de costura) – encomenda de uma loja de uma fábrica de máquinas de costura.
Inicialmente, trabalhou a madeira, mas posteriormente passou a trabalhar com o buriti, material mais maleável, com o qual construiu sua obra maior: as célebres rodas de bumba-meu-boi, que estão presentes em acervos de colecionadores nacionais e estrangeiros. Suas obras figuraram em uma exposição de arte popular realizada no Centro Domus de Milão, na Itália, em 1972.
As figuras do bumba-meu-boi de Nhozinho possuíam alma, que ele expressava nos traços fisionômicos, nos gestos, e nas atitudes mais espontâneas e naturais. Nhozinho faleceu em São Luís, em 23 de maio de 1974, no bairro de Alemanha.
Informações de Visitação
Casa de Nhozinho
Rua Portugal, 185, Praia Grande
Aberto de terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos das 9h às 13h.
Fechado às segundas.
Entrada franca.
Guia de Turismo do São Luís do Maranhão e Nordeste.
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