
Nordeste é a região brasileira que mais recebe turistas, do país e do exterior.
As razões são evidentes: qualquer recanto de seu imenso litoral é capaz de enfeitar as páginas de suplementos e revistas de turismo.
Encontram-se aqui os elementos do paraíso tropical arquetípico – mar azul, areia branca, coqueiros. E sol, muito, todos os dias.
A beleza – claro – é irresistível e justifica, por si só, a viagem a qualquer lugar. Mas o Nordeste é muito mais que uma fileira de belas praias. Sua alma está, também, nas suas cidades e na história que elas carregam.
Na região em que aportaram os primeiros europeus, as marcas do passado espalham-se por todos os locais: nas igrejas barrocas que surgem repentinamente no meio dos prédios modernos de capitais e das praças silenciosas dos povoados; nas fortalezas que ainda parecem vigiar o litoral à espera de antigos invasores; nos sobrados, nos azulejos, nos chafarizes.
Veja o mapa do nordeste do Brasil
Mas há outro passado, ainda mais remoto, que se mantém vivo em terras nordestinas: o que se deixa entrever nas inscrições rupestres da serra da Capivara, no Piauí, ou nos fósseis de Santana do Cariri, no Ceará, dois entre os muitos sítios arqueológicos espalhados pelo sertão; o que é visto em Sete Cidades, também no Piauí, onde o trabalho do vento ao longo de milhões de anos esculpiu imensas formações rochosas.
Genipabu no Rio Grande do Norte
Nesse vasto interior – o sertão
Aqui, a viagem é dificil, a paisagem, árida, e o luxo, nenhum.
Mas quem dispuser de paciência para desbravar as agruras das estradas pedregosas e o desconforto das raras hospedagens, será recompensado com o artesanato produzido por mestres e seus aprendizes, com festas de São João embaladas ao som da sanfona , com mercados de rua repletos de sons e cheiros.
Outras surpresas: na Chapada Diamantina, o turismo se profissionaliza rapidamente. Suas cachoeiras, rios e grutas, onde se escondem insuspeitadas lagoas azuis, atraem viajantes que transformam o cotidiano das pequenas cidades da região, nascidas da breve riqueza trazida da exploração de diamantes. Nos Lençóis Maranhenses, o turismo ainda engatinha.
Os visitantes devem se munir de espírito aventureiro para aproveitar o que terão pela frente: uma paisagem de estranha beleza, composta por dunas brancas varridas permanentemente pelo vento e entremeadas por lagos azuis ou verdes, por rios sinuosos e por pequenos povoados de pescadores.
A gente que vive entre o mar de morros brancos conta suas histórias – de cidades inteiras engolidas pela areia, de navios-fantasmas escondidos sob as dunas, de vozes e luzes percebidas em noite de lua cheia.
Inesgotável, o Nordeste desdobra-se em muitos prazeres. Nos do corpo e da alma, alimentados pela música, pela dança, pelos batuques e carnavais de afoxés e maracatus.
Nos da mesa, experimentados com os acarajés, vatapás e carurus baianos, com os delicados bolos e doces de Pernambuco e Piauí, com o cuxá do Maranhão, a tapioca onipresente. E – por que não? – naquele prazer mais simples e fácil, provocado pela visão de uma praia de mar e coqueiros – e de muito sol, todos os dias.
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