Candombá é flor típica do Parque Nacional da Chapada Diamantina

Candombá ou Vellozia sincorana é uma flor típica e endêmica dos Campos Rupestres do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

O Candombá, que não desabrochava há 17 anos, renasce em uma área queimada recentemente, transformando a paisagem.

Candombá ou Vellozia sincorana
Candombá ou Vellozia sincorana

Essa espécie possui várias características que a tornam única e endêmica:

  1. Endemicidade: O Candombá é encontrado exclusivamente nos Campos Rupestres da Chapada Diamantina, o que significa que não é encontrado em nenhum outro lugar do mundo.
  2. Dependência do Fogo: Essa espécie possui uma relação única com o fogo, pois depende dele para florescer. O fogo estimula o crescimento e a floração, e as plantas florescem após cerca de 30 dias após a ocorrência de um incêndio.
  3. Adaptações Morfológicas: O Candombá possui características morfológicas adaptadas ao ambiente de campo rupestre, como folhas resistentes e um sistema radicular profundo que ajuda na absorção de água em solos pobres e drenados.
  4. Floração Rara: A floração do Candombá é um evento raro, ocorrendo somente a cada 17 anos, o que o torna ainda mais especial e digno de nota.
  5. Nectar Fabuloso: A quantidade de néctar produzida por suas flores é considerável, o que atrai polinizadores e contribui para a diversidade ecológica do habitat.
  6. Importância Ecológica: Além de seu valor estético, o Candombá desempenha um papel importante no ecossistema local, ajudando na manutenção da biodiversidade e oferecendo recursos para diversas espécies de polinizadores.

O Candombá voltou a florescer sobre tocos de árvores queimadas em uma área devastada por um incêndio na Serra da Larguinha, entre os municípios de Palmeiras e Lençóis.

Imagens do vale de flores da espécie Candombá, que se formou no local, foram capturadas por um fotógrafo que estava fazendo uma trilha através do Vale do Capão para chegar à Cachoeira da Fumaça, a segunda cachoeira mais alta do Brasil, quando se deparou com essa cena rara.

“Foi uma grata surpresa. Estávamos indo em direção à Cachoeira da Fumaça por baixo. Durante a trilha, me deparei com aquela cena na subida. Em uma fotografia de natureza, sempre nos deparamos com cenas impressionantes. E dessa vez não foi diferente”, destacou.

Candombá na Chapada Diamantina
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Candombá na Chapada Diamantina

De acordo com o botânico Abel Augusto Conceição, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), as flores da espécie Candombá dependem do fogo para florescer.

Nos três últimos meses do ano passado, incêndios devastaram 51 mil hectares na , segundo a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia.

Do total, 15 mil hectares atingidos pelas chamas estão dentro do Parque Nacional, que é uma área de preservação ambiental que abrange seis municípios. Os focos de incêndio só se extinguiram completamente após as chuvas em janeiro.

“Essa florada exuberante e maravilhosa é uma cena extremamente rara. Essa população de Candombá floresceu há 17 anos e somente agora voltou a florir. Ela depende do fogo e só floresce com a presença do fogo. Portanto, se não houver incêndio, não haverá flores. Essa espécie existe exclusivamente dentro do Parque Nacional da Chapada.

No caso do Candombá, ela floresce após 30 dias do fogo. Além disso, a quantidade de néctar é fabulosa”, destaca o especialista.

Ao longo da carreira, o fotógrafo relata que já registrou várias vezes a Chapada Diamantina, incluindo durante as queimadas provocadas pela ação humana no ano anterior.

“As árvores queimam completamente. Fica o toco preto, e qualquer pessoa que olhe terá certeza absoluta de que aquela planta está morta. É uma cena fantástica. É coisa da natureza. O homem vem com o fogo, e a natureza responde com flores”, comenta.

Guia Turístico da Chapada Diamantina.

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