História e Arquitetura do Palácio do Campo das Princesas

O Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do Estado de Pernambuco, foi edificado em 1841, originalmente em estilo neoclássico. Contudo, ao longo do tempo, o edifício passou por diversas reconstruções e ampliações, incorporando elementos característicos do ecletismo arquitetônico.

O neoclassicismo configurou-se como um movimento artístico e literário surgido em meados do século XVIII, em oposição aos estilos predominantes do período anterior, como o barroco e o rococó. Inspirado pelos princípios da arquitetura greco-romana, o neoclassicismo valorizava a ordem, a simetria e a harmonia formal. Seu ápice ocorreu até o século XIX, influenciando profundamente não apenas a arquitetura, mas também os demais campos das artes visuais, da literatura e do urbanismo.

Por sua vez, o ecletismo arquitetônico emergiu no contexto das revoluções industriais que transformaram profundamente as sociedades europeias e norte-americanas no século XIX. O desenvolvimento de novas técnicas construtivas e a utilização de materiais modernos — como o ferro forjado, o aço, o vidro e, posteriormente, o vidro laminado — permitiram a experimentação com diferentes linguagens arquitetônicas, resultando em edificações que conjugavam elementos diversos em uma única composição estética.

As principais características da arquitetura eclética incluem:

a ênfase na simetria dos espaços;
a valorização da grandiosidade arquitetônica;
o destaque para o luxo e a riqueza decorativa;
a rigidez na definição funcional dos ambientes internos;
a valorização da proporção e da ordem clássica;
o uso de materiais importados, como o ferro e o vidro;
a presença de colunas, frontões e ornamentos de diferentes estilos;
a busca por expressividade, sofisticação e dramaticidade visual;
a combinação de dois ou mais estilos arquitetônicos em uma mesma obra;
o fortalecimento do campo do design de interiores enquanto disciplina profissional.

Em 1859, o Palácio foi alvo de uma significativa intervenção decorativa, a fim de receber a visita oficial do Imperador Dom Pedro II e de sua comitiva. O nome atual do edifício remonta a esse momento histórico, sendo uma homenagem às filhas do monarca, conhecidas como “princesas”.

Posteriormente, em 1873, o complexo arquitetônico foi ampliado com a construção de um novo pavimento na parte posterior do edifício principal, destinado à residência do governador, além de dois outros edifícios adjacentes destinados aos serviços gerais da administração provincial.

Palácio do Campo das Princesas em Recife PE

Entre os anos de 1918 e 1922, ocorreram as mais profundas transformações estruturais, com a ampliação do terceiro pavimento até a fachada principal e a demolição dos anexos menores. Desde então, o Palácio passou a apresentar a configuração volumétrica e estilística que se mantém até os dias atuais, consolidando-se como um importante exemplo da arquitetura institucional brasileira de inspiração eclética.

Vídeo sobre a História do Palácio do Campo das Princesas em Recife

História do Palácio do Campo das Princesas em Recife

Arquitetura do Palácio do Campo das Princesas

O Palácio do Campo das Princesas foi edificado em 1841 em estilo neoclássico, mas ao longo do tempo foi reconstruído e ampliado em estilo eclético.

Em 1859 recebeu uma pomposa decoração para hospedar o Imperador D. Pedro II e sua família – o nome atual do Palácio vem dessa época em homenagem às filhas do Imperador.

Pintura de E. Bauch, 1850 com o Palácio do Campo das Princesas à direita e o Teatro Santa Isabel à esquerda,

Depois dessa fase áurea de Paço Imperial, o Palácio sofreu uma ampliação em 1873, quando foi construído na sua parte posterior, mais um pavimento ligado ao prédio principal para servir de residência do governador, e mais dois outros edifícios separados destinados aos serviços gerais.

Litografia, 1880 - O Palácio do Campo das Princesas à direita e o Teatro Santa Isabel à esquerda. — Litografia, 1880 – O Palácio do Campo das Princesas à direita e o Teatro Santa Isabel à esquerda.

Entre os anos de 1918 e 1922 que foram realizadas as maiores modificações com uma ampliação do terceiro pavimento até a fachada principal do Palácio do Campo das Princesas, onde foram instaladas as secretarias de Estado, e com a demolição dos pequenos prédios anexos, anteriormente construídos, dando lugar a um parque-jardim.