
A Chapada Diamantina é uma região de serras, situada no centro do Estado da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas.
Essas correntes de água brotam nos cumes, deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais.
Parque Nacional e Biodiversidade
O Parque Nacional da Chapada Diamantina é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A região é rica em vegetação exuberante, composta por espécies da caatinga semiárida e da flora serrana, com destaque para:
- Bromélias,
- Orquídeas,
- Sempre-vivas.
Principais Atrações
A Chapada oferece uma infinidade de atrativos que causam espanto e êxtase, como:
- Cachoeira da Fumaça: Com 380 metros de queda livre, é a mais alta da Bahia.
- Poço Encantado: Um dos cenários mais deslumbrantes da região.
Outras atividades incluem:
- Visitar grutas;
- Tomar banho em cachoeiras;
- Fazer trekking em antigas trilhas de garimpeiros;
- Montar a cavalo;
- Praticar esportes de aventura.
Comunidades e Pontos Altos
A Chapada Diamantina abriga comunidades esotéricas e alternativas, como no Vale do Capão. Os dois pontos mais altos da Bahia estão localizados na região:
- Pico do Barbado: Com 2.033 metros, é o ponto mais alto do Nordeste.
- Pico das Almas: Com 1.958 metros.
Experiência Única para os Turistas
Caminhar, respirando o ar puro e admirando a paisagem, é a principal atividade dos turistas que visitam a Chapada. Os lugares verdejantes guardam surpresas como:
- Águas cristalinas;
- Areias coloridas;
- Belos morros, flores e hortaliças que encantam pela beleza e vigor.
Igatu e Suas Ruínas
Em Igatu, destaca-se a curiosidade pelas ruínas da cidade fantasma, construída com pedras que formam as paredes de pequenas grutas.
Veja o mapa Chapada Diamantina
Mapa das Trilhas e Pontos Turísticos da Chapada Diamantina
Veja também Geografia e Regiões Climáticas do Nordeste
Videos sobre Chapada Diamantina Relevo, Fauna e Flora
Resumo sobre a Chapada Diamantina09:48
Geografia da Chapada Diamantina03:31
Flor Sempre-Viva04:52
Paisagens da Chapada Diamantina05:32
Surgimento da Chapada Diamantina
A Chapada Diamantina nem sempre foi uma imponente cadeia de serras.
Há cerca de 1,7 bilhão de anos, iniciou-se a formação da bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões preenchidas com materiais expelidos de vulcões, areias sopradas pelo vento e cascalhos desprendidos de suas bordas.
Sobre essas depressões, acumularam-se sedimentos em uma região com formato de bacia, influenciada pela ação de rios, ventos e mares.
Posteriormente, ocorreu um fenômeno conhecido como soerguimento, que elevou as camadas de sedimentos acima do nível do mar, devido à força epirogenética. Esse processo provocou um lento e gradual levantamento ao longo de milhões de anos.
As inúmeras camadas de arenitos, conglomerados e calcários expostas atualmente na Chapada Diamantina representam os depósitos sedimentares primitivos. A paisagem atual é resultado da ação de agentes como ventos, águas e forças tectônicas ao longo do tempo geológico.
Nas ruas e calçadas das cidades da região, as lajes de superfícies onduladas revelam marcas deixadas pelos ventos e pelas águas que modelaram os antigos areais.
Geografia da Chapada Diamantina
Há cerca de 1,8 bilhão de anos, onde hoje é sertão, a região era banhada pelas águas do mar. A Chapada Diamantina permaneceu coberta pelo oceano até que um choque entre placas tectônicas criou as profundas fendas e depressões que moldam sua geologia atual.
Assim, iniciou-se a formação das serras sedimentares, através da ação de ventos, rios e mares, que uniram partículas de diversas rochas e desenharam as paisagens locais. Isso deu origem à Bacia do Espinhaço, caracterizada por elevações de formatos variados.
A região é geograficamente dividida entre várias serras, como a Serra de Rio de Contas, do Bastião, da Mangabeira, das Almas e do Sincorá. Essas serras atuam como divisores de água entre as bacias dos rios São Francisco, Rio de Contas e Paraguaçu, que deságuam no Oceano Atlântico.
A Chapada Diamantina está localizada na Serra do Espinhaço, uma cadeia montanhosa situada no planalto Atlântico, que se estende pelos estados da Bahia e Minas Gerais. Seus terrenos datam do Proterozóico e contêm ricas jazidas de ferro, manganês, bauxita, diamante e ouro.
O nome Serra do Espinhaço foi dado pelo geólogo alemão Ludwig von Eschwege no século XIX. Essa serra é responsável por dividir as redes de drenagem do Rio São Francisco e dos rios que correm diretamente para o Oceano Atlântico. Reconhecida como uma reserva mundial da biosfera pela UNESCO, a região é uma das mais ricas do planeta em termos de diversidade biológica.
A Serra do Espinhaço é considerada a única cordilheira do Brasil devido à sua singularidade. Em constante movimento há mais de um bilhão de anos, é uma cadeia montanhosa longa e estreita, marcada por picos e vales. Com cerca de 1.000 quilômetros de extensão, vai do Quadrilátero Ferrífero, no norte de Minas Gerais, até o sul da Bahia, com largura variando entre 50 e 100 quilômetros.
Em 27 de junho de 2005, a UNESCO declarou a Serra do Espinhaço como a sétima reserva da biosfera brasileira, destacando sua importância ecológica e a necessidade de proteção. Mais da metade das espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção em Minas Gerais estão localizadas nessa região, especialmente na Serra do Cipó, que abriga o maior número de espécies endêmicas da flora brasileira.
As raízes africanas, europeias e indígenas misturam-se no Espinhaço, deixando marcas nos costumes e nas manifestações culturais das comunidades locais. A beleza natural e a cultura da região criam condições ideais para o desenvolvimento do ecoturismo.
Entre os municípios cortados pela Serra do Espinhaço estão Porteirinha, Mato Verde, Espinosa e Olhos-d’Água, em Minas Gerais, e Lençóis, Mucugê, Andaraí, Iraquara, Bonito, Ibicoara, Rio de Contas e Igatu, na Bahia.
1. Localização, Limites, Explicação dos Limites e Tamanho da Chapada Diamantina
Localizada na parte centro-sul do bioma Caatinga, a região apresenta um formato alongado no sentido norte-sul e em forma de „Y“, seguindo o alinhamento do divisor de águas da Chapada Diamantina.
É inteiramente circundada pela ecorregião da Depressão Sertaneja Meridional, com limites definidos principalmente por mudanças de relevo, altitude e tipo de solo. Essa área representa a parte mais alta do bioma Caatinga, destacando-se por suas características únicas.
Tamanho: 50.610 km2.
2. Unidades Geoambientais do ZANE
Nesta ecorregião, estão presentes as seguintes unidades geográficas:
- Maciços e serras altas (S2)
- Superfícies retrabalhadas (E4, E5, E8)
- Chapada Diamantina (C1, C3, C6, C8)
- Superfícies cársticas (J4)
Essas unidades refletem a diversidade de formas de relevo e características geológicas que compõem a região.
3. Tipos de Solo, Geomorfologia, Relevo e Variação de Altitude
A Chapada Diamantina é a ecorregião mais elevada da caatinga, com altitudes predominantemente acima de 500 metros.
3.1. Relevo e Altitude
O relevo apresenta características marcantes:
- Maciços residuais
- Topos rochosos
- Encostas íngremes
- Vales estreitos e profundos
- Grandes superfícies planas em altitudes elevadas
- Serras altas, estreitas e alongadas
As altitudes variam de 200 metros a 1.800 metros, com destaque para o Pico do Barbado, o ponto mais alto da região, com 2.033 metros.
3.2. Solos por Área
3.2.1. Nos maciços e serras altas
- Solos litólicos: Rasos, pedregosos, de baixa fertilidade e extensos afloramentos rochosos
3.2.2. Nos topos planos
- Latossolos: Profundos, bem drenados, ácidos e de baixa fertilidade
3.3. Retrabalhamento e Solos do Leste
No leste da Chapada Diamantina, o relevo sofreu retrabalhamento intenso, resultando em:
- Relevo dissecado com vales profundos
- Altitudes variando de 200 metros a 800 metros
Os principais tipos de solos dessas áreas são:
- Podzólicos: Medianamente profundos, bem drenados, textura argilosa e fertilidade média
- Latossolos
Importância Hidrográfica
A Chapada Diamantina é uma região de extrema importância, pois contém as cabeceiras de diversos rios que fluem para a Depressão Sertaneja Meridional, desempenhando um papel essencial no abastecimento hídrico e na biodiversidade regional.
4. Clima
4.1. Parte Oeste
Clima: Quente a tropical.
Precipitação:
- Nas áreas mais baixas: média anual de 500 mm.
- Nas partes mais altas: média superior a 1.000 mm.
Período chuvoso: Outubro a abril.
4.2. Parte Leste
- Clima: Tropical a semiárido.
- Precipitação: Média anual de 678 mm a 866 mm.
- Período chuvoso: Novembro a maio.
4.3. Grandes Processos Característicos ou Influências
Gradientes de altitude
- Incluem os pontos mais altos do Nordeste, como o Pico do Barbado (2.033 m).
- Formam „ilhas“ de campos rupestres, caracterizadas por áreas de vegetação específicas separadas por vales mais baixos com predominância de caatinga.
- Este processo de isolamento altitudinal favorece a especiação, ou seja, o surgimento de novas espécies adaptadas às condições únicas desses ambientes.
5. Gradiente de temperaturas (apresenta as temperaturas mais baixas do semi-árido)
Grande influência de longos períodos secos, contrastando com uma pluviosidade anual acima de 1.000 mm (chegando, em alguns anos, a 2.000 mm, os maiores índices pluviométricos do semiárido) e a formação de neblina durante o ano inteiro.
Abriga as nascente da maioria dos rios perenes da Depressão Sertaneja Meridional, sendo o grande divisor de águas daquela ecorregião.
Há influência da Serra do Espinhaço em elementos da flora, e a presença de cavernas é muito importante para a fauna.
6. Tipos de Vegetação
Mosaico de vegetação que inclui caatinga com grande diversidade (abaixo de 1.000 m de altitude), cerrado, campos rupestres e diferentes tipos de mata (da mais seca à mais úmida).
Acima de 1.000 m de altitude
- Onde existem mais afloramentos rochosos, predominam os campos rupestres (associados a quartzitos).
- Onde o solo é mais arenoso, predomina o cerrado (associado a solos podzólicos).
As matas, predominantes nas encostas, estão mais ligadas a granitos e gnaisses, tornando-se mais úmidas à medida que a altitude aumenta.
As matas de caatinga são do tipo floresta estacional caducifólia, caracterizadas por muitas árvores espinhosas, especialmente dos gêneros Acacia e Mimosa, além da abundância de Cactaceae e Bromeliaceae.
Algumas espécies marcantes incluem:
- Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda)
- Juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.)
Existe uma diversidade muito grande na flora, com muitos gêneros e espécies endêmicos.
A caatinga ocupa grande extensão da ecorregião em altitudes de até 1.000 m, onde se entremeia com cerrados de altitude.
A caatinga também predomina para o norte, nos vales do rio de Furnas, rio de Contas e rio Paraguaçu, assim como na parte mais a oeste das serras, onde a altura cria uma barreira que impede a passagem das chuvas.
7. Exemplos de Grupos Taxonômicos Típicos
7.1. Flora
As caatingas da Chapada possuem gêneros endêmicos pertencentes às famílias Leguminosae, Cactaceae, Sterculiaceae, Scrophulariaceae, Martyniaceae e Compositae.
Os campos rupestres abrigam uma flora completamente distinta da caatinga, mas também apresentam muitas espécies endêmicas da Chapada.
Gêneros Endêmicos:
- Rayleya (Sterculiaceae) – Gênero com uma espécie, encontrado somente em Andaraí.
- Mysanthus (Leguminosae) – Gênero com uma espécie, restrito à parte sul da Chapada.
- Heteranthia (Scrophulariaceae) – Gênero com uma espécie, presente em áreas brejosas do leste da Chapada.
- Holoregmia (Martyniaceae) – Gênero com uma espécie, distribuído de Rio de Contas até Anajé.
Espécies Endêmicas:
- Mimosa irrigua Barneby (Leguminosae).
- Chamaecrista eitenorum var. regana I. & B. (Leguminosae).
- Portulaca werdermanii Poelln. (Portulacaceae) – Encontrada no Morro do Chapéu e Mucugê.
- Melocactus glaucescens Buin. & Bred. (Cactaceae) – Restrito ao Morro do Chapéu.
- Arrojadoa bahiensis (U. Brawn & Esteves, M. P. Taylor & Eggli) – Pertencente à família Cactaceae.
- Pilocarpus trachylophus Holmes (Rutaceae) – Ocorre em Minas Gerais (MG), Bahia (BA) e Ceará (CE).
7.2. Estado de Conservação Estimado
A área, que é muito frágil, enfrenta ameaças provenientes de:
- Agricultura de café nas áreas planas.
- Pecuária, que impacta os ecossistemas locais.
- Lavras de vários tipos de minério e pedreiras, que causam degradação significativa.
Outras preocupações incluem:
- A crescente pressão do turismo em diversas modalidades.
- O extrativismo de espécies ornamentais, como orquídeas, sempre-vivas e bromélias, que afeta a biodiversidade da região.
7.3. Rio Paraguaçu na Chapada Diamantina
Na Chapada Diamantina ocorre a formação do Rio Paraguaçu, o maior rio genuinamente baiano.
Suas nascentes são diamantíferas, suas margens férteis, muito piscoso em toda a sua extensão e navegável das cidades à sua foz.
Já foi a principal via de transporte e comunicação de toda a região.
Origem do Nome
O nome „Paraguaçu“ é de origem tupi e significa „mar grande“, derivado dos termos pará („mar“) e gûasu („grande“).
No Brasil Colônia, foi registrado com várias grafias: Paraguaçu, Paraoçu, Paraossu, Peroguaçu, Perasu, Peoassu e Peruassu.
Histórico
- Em 1504, os franceses já traficavam pelo Rio Paraguaçu com os nativos.
- A descoberta oficial é atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da primeira expedição guarda-costa em 1526, que combateu o contrabando de pau-brasil no litoral.
- Frei Vicente do Salvador, primeiro historiador brasileiro, relata que Jacques encontrou e afundou duas naus francesas comerciando com os indígenas no baixo curso do rio.
Curso do Rio Paraguaçu
- Nascente: No Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva, na Chapada Diamantina.
- Percurso: Passa pelos municípios de Ibicoara, Mucugê, Andaraí, recebendo o Rio Santo Antônio.
- Direção: Segue para o oeste e depois para o leste, dividindo municípios como Itaeté, Itaberaba, Cruz das Almas, São Félix e Cachoeira, até desembocar na Baía de Todos os Santos, entre Maragogipe e Saubara.
O rio percorre 600 km e é navegável no baixo curso, da foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, passando por Maragogipe (46 km).
Afluentes e Recursos Naturais
- Afluentes principais: Santo Antônio, Tupim, Capivari (São Félix) e do Peixe.
- Quedas d’água: Destaque para a de Bananeiras.
Fauna aquática:
- Ao longo do rio: Tucunarés, traíras e piaus.
- No baixo curso: Camarões, robalos e tainhas.
Uso e Importância Atual
Com a construção da Barragem de Pedra do Cavalo, o rio ganhou importância no:
- Controle de cheias;
- Abastecimento de água para o Recôncavo, Feira de Santana e a Grande Salvador.
Chapada Diamantina e o Rio Paraguaçu
Para conhecer a Chapada Diamantina em sua exuberância, sugerimos roteiros que incluem:
- Principais atrativos do Parque Nacional e arredores: Cachoeiras, cavernas, cânions, montanhas e cidades históricas.
- Turismo de aventura: Atividades para iniciantes e praticantes, com trilhas curtas e longas.
As cidades de Lençóis, Mucugê, Igatu e Andaraí, tombadas pelo Iphan, preservam o casario colonial do final do século XIX. Lençóis destaca-se como portão de entrada da Chapada, oferecendo uma rica diversidade cultural e charme singular.
Bahia.ws é o maior guia turístico da Bahia e Salvador.
Guia turístico da Chapada Diamantina
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